quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dilatação Bi-Auricular


O electrocardiograma colocado anteriormente demonstra uma dilatação bi-auricular.
Uma dilatação auricular, traduz-se num aumento do diâmetro interno da aurícula. Esta dilatação pode resultar numa sobrecarga de volume ou por estenoses/insuficiências das válvulas aurículo-ventriculares.

Neste caso específico, estamos perante uma dilatação das duas auriculas. Pode-se chegar a esta conclusão se olharmos para as ondas P que encontramos no traçado. Estas ondas P abrangem os critérios tanto da dilatação da auricula direita com da auricula esquerda:

- Voltagem > 2,5mm - (dilatação da AD);
- Duração> 0,11 seg - (dilatação da AE);
- Onda P bifásica em V1.
No caso típico de dilatações ao nivel auricular temos desvio dos eixo. A dilatação da Auricula Direita temos um desvio do eixo para a direita (DI - / aVF +). No caso da dilatação da Auricula Esquerda temos um desvio do eixo para a esquerda (DI + / aVF -).
No ECG colocado anteriormente estamos perante a um Desvio Esquerdo do Eixo (DEE), mas numa dilatação bi-auricular o desvio do eixo pode ser:
-Normal
-DEE
-DDE.

Tal como já tinha referido anteriromente podemos observar ondas P com duração > 0,11 segundos e com uma voltagem superior 2,5 mm. Na derivação V1 podemos observar uma onda P bi-fasica com componente negativa e positiva.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dr. Smith's ECG Blog: carbon monoxide poisoning

(sobre a intoxicação por Monóxido de Carbono)


Dr. Smith's ECG Blog: Anterior ST elevation: is it STEMI?: A 31 year old healthy auto mechanic had a prolonged exposure to Carbon Monoxide in his garage and presented with blunted level of consciousness and chest pain.  There were others who were also affected.

I requested a transfer so that he could undergo immediate hyperbaric oxygen therapy at our hospital.  After the ambulance left the other hospital, the physician called to state that the patient was having an anterior STEMI with "tombstones."

The CO level returned at 14, so I knew that any STEMI would be due to simultaneous and incidental acute coronary thrombosis, NOT due to the CO toxicity.  I asked him to immediately fax the ECG (...)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Suspeita de Síndrome Lown-Ganong-Levine (LGL)


O ECG que postei anteriormente a primeira vista parece um electrocardiograma sem alterações significativas mas se repararmos com atenção no intervalo PR vemos que está diminuído (80mseg).
Os valores normais para o intervalo PR situa-se entre 120 ms-200 mseg.
Então perante tal informação que suspeita podemos nós ter!?
Pode ser um síndrome de pré-exitação.
Então síndrome de pré-excitação é quando parte ou todo o músculo ventricular é activado mais precocemente do que o esperado por estímulos vindos da aurícula, sejam eles conduzidos pelas vias normais do sistema específico de condução, ou por vias anómalas, ou pelas duas simultaneamente. Existem três síndromes: Lown-Ganong-Levine (LGL), Wolf-Parkinson-White (WPW) e Mahaim.


No entanto este ECG só pode ser sugestivo de LGL porque:
- o intervalo PR  está diminuído (<120 mseg);
- QRS normal (sem onda delta e inferior a 120 mseg).

 



O LGL é "causado" por fibras internodais de condução rápida (Fibras de James)  que conduz a um “bypass” eléctrico entre a aurícula direita e o feixe de His.   Neste caso o estímulo elétrico não passa pelo NAV evitando assim o atraso caraterístico duma condução, dita, normal.


Esta imagem exemplifica as vias elétricas cardiacas assim como as Fibras de James que causa o "bypass" eletrico que ocorre neste síndrome de pré-exitação.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

EAM de Ventriculo Direito

No ECG postado anteriormente temos um exemplo de EAM de VD.
Visto que as derivações pré cordiais não visam propromente o ventriculo direito, como podemos nós suspeitar EAM de VD!?
Existem duas situações em que devemos suspeitar ou por a hipótese de averiguar se estamos na presença de um EAM (isto para além da clínica).
Então deve-se fazer as derivações direitas:
-Em caso de EAM inferior (pois a coronária direita é responsavel pela irrigação das derivações inferiores como pela a irrigação do VD e se houver obstrução em ambos os casos vão haver alterações ao nivel nivel do ECG) - Supradesnivelamento do segmento ST
-Quando há supradesnivelamento em V1 e V2 (uma vez que tendo a porção septal afectada e não a apical ,teria de haver uma situação em que os ramos septais da DA ocluissem simultaneamente, algo que se revela bastante improvável. Contudo, uma lesão no ramo septal da CD é mais provavel logo um provavel supradesnivelamento em V1 e V2 poderá ser sugestivo de EAM do VD isolado, se as derivações direitas apresentarem um supradesnivelamento.


Derivações Direitas:
V3R: entre V1 e V4R;
V4R: quinto espaço intercostal na linha média clavicular;
V5R: quinto espaço intercostal na linha axilar anterior;
V6R: quinto espaço intercostal na linha média axilar.

Sendo que estamos a falar de derivações para além das pré-cordiais normais aproveito para explicar aqui como se colocam as Derivações Posteriores:
V7: quinto espaço intercostal na linha axilar posterior;
V8: entre V7 e V9;
V9: linha média escapular.

BAV 2º grau de Wenckebach


Individuo do sexo masculino com cerca de 57 anos.
Apareceu para exames em contexto de medicina de trabalho.

Os bloqueios auriculo-ventriculares identificam-se no intervalo PR e caracterizam-se por alterações da condução AV.

BAV 2º grau de Wenckebach

Neste tipo de bloqueio, esta presente o  fenómeno de Wenckebach que se caracteriza por, um progressivo atraso da condução, até à altura em que um estímulos do NS (ondas P) não é conduzido. O bloqueio tem como origem NAV (mais frequente).


Neste caso eu, evidenciei, duas ondas P seguidas nas derivações DI,  DII, V4, e V6.
Seguido da necessidade de averiguar o porque da existencia desta patologia, eu tentei, junto do senhor saber o porque. Algo que ele não me soube explicar.

No entento por minha conta e risco, fui pesquisar e descobri que as causa podem ser:
-EAM (em especial parede inferior miocárdio),
-Isquémia
-Miocardite
-Digitálico
-Vagotonia